Detivemo-nos sobre as particularidades das abordagens etnográficas na pesquisa em saúde mental, destacando raz?es pelas quais o tipo de conhecimento que a etnografia produz é relevante no contexto da Reforma Psiquiátrica e da biomedicaliza??o da existência. Centramos nossa discuss?o na etnografia de base interpretativa no campo da saúde mental, enfatizando as bases teórico-metodológicas de um tipo compreensivo de apreens?o do objeto que se aproxima de uma clínica do sujeito. Apontamos a centralidade do social/cultural na apreens?o etnográfica e as inflex?es desta mediadas pelo próprio tipo de empreendimento metodológico etnográfico. Finalmente, tomamos a etnografia da loucura como objeto exemplar para evidenciar algumas dessas particularidades. Argumentamos que acessar pessoas psicóticas (ou outras que venham a falar dessas experiências) de lugares variados no seu cotidiano e situadas a partir de suas diversas inscri??es sociais e, ao mesmo tempo, confrontar essas interpreta??es com outras dimens?es interpretativas da sua realidade social e dentro das lógicas afeitas às suas psicologias locais é um procedimento relevante de onde certos aspectos do entendimento sobre a loucura (ou sobre as raz?es da sua incompreens?o) podem emergir.
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