Este artigo investiga os padrões de colocação (enclítico ou proclítico) dos pronomesclíticos em orações com o infi nitivo não fl exionado no português europeu (PE).Segundo as gramáticas de referência, estas distinguem-se das orações de tempofi nito ou das orações infi nitivas com a forma fl exionada por admitirem a ênclisemesmo na presença de um elemento “proclisador” (preposição-complementador,operador de negação, advérbio de focalização ou aspetual, sintagma-Qu). Em estudosrecentes desenvolvidos no quadro da sintaxe generativa, esta alternância é tidacomo um caso de variação livre. O presente trabalho procura contribuir para oesclarecimento deste fenómeno mediante um estudo quantitativo das ocorrênciasde um e outro padrão no corpus escrito CETEMPúblico (Corpus de Extractos deTextos Electrónicos MCT/Público[1]) e numa tarefa de elicitação de juízos de gramaticalidaderealizada por falantes nativos do PE. Apesar de se confi rmar a ideiade que as construções infi nitivas com a forma não fl exionada se distinguem dasconstruções infi nitivas com a forma fl exionada e das orações de tempo fi nito porpermitirem ambos os padrões de colocação na presença de elementos proclisadores,os dados quantitativos obtidos neste estudo revelam que há uma muito clarapreferência pela próclise, facto nunca antes observado na literatura.
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