Nos últimos anos, tem -se assistido a um aumento da prevalência de asma e obesidade. A asma é uma doença inflamatória crónica das vias aéreas. A obesidade corresponde a um desequilíbrio entre a energia ingerida e a despendida, que resulta em excesso de gordura corporal e em doença. O excesso de peso e a obesidade aumentam o risco de desenvolvimento de asma. Apesar do conhecimento desta associação entre asma e obesidade, os mecanismos subjacentes não estão, ainda, totalmente esclarecidos. O objectivo deste estudo foi avaliar os valores das adipocinas produzidas pelo tecido adiposo – resistina, adiponectina e leptina – em doentes com excesso de peso e com peso normal, com e sem asma. Foram incluídos 28 indivíduos asmáticos com excesso de peso, 26 não asmáticos com excesso de peso e 26 asmáticos com peso normal. Foi calculado o índice de massa corporal, medido o perímetro abdominal, realizados testes cutâneos de alergia por picada e determinada a concentração sérica da resistina, adiponectina e leptina. A comparação dos três grupos revelou que os níveis de leptina são significativamente diferentes, sendo mais elevados nos asmáticos com excesso de peso. A presença de alergia associou -se a valores mais elevados de leptina, mas sem significado estatís-tico. As concentrações de adiponectina foram mais próximas nos três grupos estudados. A resistina apresentou valores mais elevados nas mulheres com maior diâmetro abdominal. O conjunto de resultados aponta para uma modificação a nível sistémico de adipocinas em asmáticos com excesso de peso, particularmente no sexo feminino, com potencial repercussão na condição respiratória.
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