OBJETIVO: identificar fatores maternos e perinatais relacionados a fetos com peso igual ou maior do que 4.000 g no nascimento. MéTODOS: estudo de corte transversal, de 411 casos consecutivos de macrossomia fetal, ocorridos no período de mar?o de 1998 a mar?o de 2005. Compararam-se os dados obtidos aos de 7.349 casos de fetos com peso entre 2.500 e 3.999 g ao nascimento, ocorridos no mesmo período. Foram analisadas variáveis maternas (idade, paridade, diabete melito, ocorrência de parto cesáreo, mec?nio, despropor??o feto-pélvica, principais indica??es das cesáreas) e perinatais (ocorrência de tocotraumatismo, índice de Apgar inferior a sete no 1o e 5o minuto, natimortalidade, neomortalidade precoce, necessidade de interna??o na Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal). As avalia??es estatísticas foram realizadas com o teste n?o paramétrico do c2 com a corre??o de Yates e com o teste t de Student. Adotou-se o nível de significancia de p<0,05. RESULTADOS: as diferen?as entre os grupos foram consideradas estatisticamente significantes ao se analisarem a idade materna (p<0,05), paridade (p<0,05) e índice de Apgar menor que 7 no 1o minuto (p<0,05; OR=1,8; IC 95%: 1,4-2,5) e 5o minuto (p<0,05; OR=2,3; IC 95%: 1,3-4,1), diabete melito materno (p<0,05; OR=4,2; IC 95%: 2,7-6,4), ocorrência de mec?nio (p<0,05; OR=1,3; IC 95%: 1,0-1,7), necessidade de cuidados intensivos neonatais (p<0,05; OR=2,0; IC 95%: 1,5-2,7), neomortalidade precoce (p<0,05; OR=2,7; IC 95%: 1,0-6,7), parto cesáreo (p<0,05; OR=2,03; IC 95%: 1,6-2,5) e despropor??o fetopélvica (p<0,05; OR=2,8; IC 95%: 1,6-4,8), mas n?o quanto ao tocotraumatismo e à natimortalidade. No grupo de fetos macross?micos, as principais indica??es de opera??o cesariana foram a iteratividade (11,9%) e a despropor??o fetopélvica (8,6%). No grupo controle as principais indica??es foram a iteratividade (8,3%) e o sofrimento fetal agudo (3,9%). CONCLUS?O: a despeito das limita??es características de uma avalia??o retrospectiva, o estudo demonstra quais complica??es tendem a se associar ao excessivo tamanho fetal, podendo ser de utilidade no manejo obstétrico de pacientes com suspeita de crescimento fetal excessivo. A macrossomia fetal permanece sendo problema obstétrico de difícil solu??o, associado a importantes conseqüências maternas e perinatais, haja vista as significantes taxas de morbiletalidade observadas em países desenvolvidos e em desenvolvimento.
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