OBJETIVO: O presente trabalho tem como objetivo descrever o manejo do pré-natal e do parto em pacientes portadoras de hepatite autoimune associada à plaquetopenia moderada ou grave. MéTODOS: Este trabalho foi realizado em hospital universitário, de nível terciário. Foram analisadas, retrospectivamente, 13 gesta??es em dez pacientes com diagnóstico de hepatite autoimune complicadas pela plaquetopenia. Os critérios de inclus?o foram: diagnóstico clínico de hepatite autoimune, plaquetopenia moderada ou grave (contagem de plaquetas < 100 x 103/mm3), idade gestacional ao nascimento acima de 22 semanas e pacientes acompanhadas por equipe especializada da institui??o. As variáveis estudadas incluíram idade materna, paridade, os regimes de tratamento, contagem de plaquetas, exames para investiga??o da fun??o hepática, tipo de parto, peso ao nascer e idade gestacional no momento do parto. RESULTADOS: A média da idade materna foi de 24,5 anos (DP = 5,3) e seis (50%) ocorreram em nulíparas. Durante a gravidez, a monoterapia com prednisona foi adotada em 11 (92%) casos. De acordo com o perfil de autoanticorpos, sete (58%) gesta??es possuíam diagnóstico de hepatite autoimune tipo I, duas (17%) do tipo II e três (25%) eram portadoras de hepatite cr?nica criptogênica (títulos de autoanticorpos indetectáveis). A hipertens?o portal foi caracterizada em 11 (92%) gesta??es. A idade gestacional média no parto foi de 36,9 semanas (DP = 1,5 semana), com média de peso ao nascer de 2446g (DP = 655g), sendo oito (67%) pequenos para a idade gestacional. No momento do parto, a plaquetopenia grave foi caracterizada em quatro (33%) casos e a cesárea foi realizada em sete (58%). As complica??es no parto ocorreram em três casos (25%), uma paciente apresentou atonia uterina e duas, hematoma perineal. N?o houve morte materna ou perinatal. CONCLUS?O: As complica??es em pacientes plaquetopênicas com hepatite autoimune s?o elevadas, no entanto, com os cuidados e aten??o necessários, podem ser contornáveis. A associa??o de duas patologias graves parece aumentar o risco de prematuridade e restri??o do crescimento fetal, demandando aten??o pré-natal especializada, bem como vigilancia do bem-estar do concepto.
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