Os sentidos incorporados representam um acervo de possibilidades para a vida futura capaz de construir identidades individuais e coletivas. Este trabalho aprofunda os habitus, nos termos de Bourdieu, associados aos estilos "natural" e fast-food, fazendo uma análise interpretativa das trocas simbólicas de elementos reproduzidos nas práticas de alimenta??o. Consideramos que o arranjo "bricolista" desses elementos possibilita permutas e hibridismos, marcado por uma tens?o que reflete a inseguran?a das inova??es tecnológicas. O "natural" é o representante do ideal de autossustentabilidade, da produ??o n?o poluidora, que aponta para um enfrentamento da crise sanitária e ecológica do planeta, resistindo à industrializa??o em larga escala e à urbaniza??o acelerada, entendidos como fatores de depreda??o das condi??es básicas de vida. As trocas se d?o em um jogo simbólico articulado com o econ?mico global, em que os atores sociais fazem apostas, illusio, de acordo com inten??es particulares na a??o concreta. Há chance para reformula??o das regras do jogo "no jogo", pois ainda que com um equilíbrio precário de for?as, com perdas para o lado mais fraco, um agente pode ter em seu acervo a possibilidade de n?o reproduzir as press?es da globaliza??o alimentar, o que está distante do que possa aparecer como sobrenatural.
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