Reflex?es sobre documentos sensíveis, informa??o e memória no contexto do regime de exce??o no Brasil (1964-1985)

摘要

Entre informar, reter e conhecer há meandros inúmeras vezes desconhecidos dos pesquisadores que manuseiam e analisam documentos primários custodiados pelas institui??es arquivísticas. As atividades que originaram a produ??o documental merecem ser esquadrinhadas, para que evidenciem as condi??es históricas que tornaram possível sua fabrica??o, revelando a natureza dos arquivos que abrigam os chamados documentos sensíveis que, por suas características singulares, constituem desafios com os quais se deparam os que deles fazem uso. Este artigo se dedica a refletir sobre tais documentos, em suas rela??es com a informa??o de que s?o portadores e a memória que se deseja reconstruir. Problematiza, ainda, o testemunho enquanto recurso metodológico e sua valida??o científica na busca da verdade dos fatos e acontecimentos que geraram os documentos produzidos pelo regime de exce??o que vigeu de 1964 a 1985 no Brasil, reflexos de experiências vivenciadas por aqueles que se opuseram ao regime. Ao analisar o testemunho de Inês Etienne Romeu, única sobrevivente da Casa da Morte em Petrópolis (RJ), abre a discuss?o sobre o jogo político travado na luta pelo esclarecimento do passado recente do país.