A proposta de controle social instituída pela constitui??o abriu perspectivas para uma prática democrática ímpar no setor saúde. O Sistema único de Saúde utiliza o Conselho Municipal de Saúde (CMS) como meio de cumprimento do princípio constitucional da "participa??o da comunidade" para assegurar o controle social sobre as a??es e servi?os de saúde do município. O CMS tem competência para examinar e aprovar as diretrizes da política de saúde, para que sejam alcan?ados seus objetivos. Ao atuar na formula??o de estratégias, o Conselho pode aperfei?oá-las, propor meios aptos para sua execu??o ou mesmo indicar corre??es de rumos. Em Botucatu (SP), o CMS existe desde 1992 e nossa proposta foi analisar a participa??o dos conselheiros e sua representatividade. Para esse propósito, utilizamos uma abordagem qualitativa que permitisse uma aproxima??o e o conhecimento daquela realidade. Os resultados mostraram, entre vários aspectos, que, em média, metade dos conselheiros titulares e um ter?o dos suplentes comparecem às reuni?es. Além de interessados, esses conselheiros trazem reivindica??es ou sugest?es do grupo que representam, considerando boa a repercuss?o dessas reivindica??es, porém nem sempre obtêm respostas satisfatórias, pois algumas decis?es s?o tomadas fora do ambito do conselho; percebem dificuldade de integra??o entre os servi?os de saúde; a própria organiza??o das reuni?es dificulta a participa??o e, muitas vezes, a reuni?o apenas aprova pacotes ministeriais que devem ser implementados. Ouvir os conselheiros permitiu levantar problemas que precisam ser enfrentados e, com isso, fazer avan?ar o processo democrático, ou seja, um desafio para a vida.
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