O servi?o prestado pela auditoria independente é fundamental para uma maior transparência e confiabilidade dos relatórios financeiros das empresas de capital aberto. As possíveis amea?as à independência e qualidade das suas análises, os custos dos servi?os e a rela??o com os mecanismos de governan?a corporativa s?o temas explorados internacionalmente. Esta pesquisa investiga o tema no ambiente brasileiro, possível a partir da Instru??o CVM 480, que tornou obrigatória a divulga??o dos valores dos servi?os de auditoria e servi?os extras contratados junto às empresas de auditoria independente. Com o objetivo de analisar a rela??o entre governan?a corporativa, custos de auditoria e de servi?os extra-auditoria, foram analisadas as informa??es disponibilizadas por 131 empresas no primeiro semestre de 2010. As proxies de governan?a utilizadas foram: desvio de direitos dos cinco maiores acionistas, participa??o em segmentos diferenciados de governan?a da Bolsa de Mercadoria e Futuros & Bolsa de Valores de S?o Paulo (BM&FBovespa), existência de comitê de auditoria e de departamento de auditoria interna. Os resultados apontam para uma rela??o negativa entre governan?a e custos de auditoria, sugerindo que, no mercado brasileiro, predomina o efeito risco. Ou seja, melhores práticas de governan?a reduzem os riscos (judiciais e de perda da reputa??o) da auditoria externa permitindo a cobran?a de valores menores. A literatura internacional n?o é unanime quanto ao sinal, embora a maioria dos estudos apresente uma rela??o positiva, a favor do efeito demanda. De acordo com este efeito, melhor governan?a implica em maiores exigências junto ao servi?o da auditoria acarretando eleva??o dos valores cobrados. A rela??o encontrada também é negativa entre os valores dos servi?os extras e as boas práticas de governan?a. Apesar de as pesquisas n?o comprovarem a influência destes custos sobre a perda da independência da auditoria externa, a limita??o desta prática é uma tendência entre legisladores e reguladores.
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