Tratamento conservador das estenoses benignas do es?fago através de dilata??es. Análise de 500 casos

摘要

As estenoses benignas do es?fago (EBE) s?o complica??es muito freqüentes, resultado de várias etiologias, a saber: refluxo gastro-esofágico, ingest?o de agentes corrosivos, pós-cirurgias do es?fago, pós-radioterapia no tórax, pós-escleroterapia endoscópica de varizes do es?fago, ingest?o de medicamentos, uso prolongado de cateter nasogástrico, compress?o extrínseca e membranas esofágicas congênitas. As dilata??es esofágicas s?o recomendadas no tratamento dessa complica??o, empregando dilatadores de vários tipos e diametros, facilitando ao doente a ingest?o alimentar. OBJETIVOS: Avalia??o dos resultados e vantagens do tratamento conservador das EBE através de dilata??es esofágicas realizadas ambulatorialmente com auxílio da endoscopia digestiva flexível. MéTODOS: No período de 1981 a 1999 foram tratados, conservadoramente e seguidos no Gastrocentro -- UNICAMP, 500 doentes com EBE, através de um Programa de Dilata??es Esofágicas instituído para cada caso. A maioria era do sexo masculino (59,2%) e a faixa etária mais acometida encontra-se entre 31 anos e 60 anos, compreendendo 52,8% dos pacientes em estudo. As estenoses mais prevalentes foram as estenoses pépticas (30,4%), cáusticas (23,6%), de anastomoses (23,2%), por megaes?fago (8,0%) e por uso prolongado de cateter nasogástrico (6,4%), perfazendo um total de 91,6% das EBE. Quanto ao número de procedimentos, 94,2% dos casos foram submetidos a no máximo 25 dilata??es do es?fago. Em 95,6% deles foram utilizados dilatadores com diametro entre 10,5 mm e 16,0 mm. A dura??o do tratamento foi até 24 meses em 76,2% dos casos. Perfura??es esofágicas ocorreram em seis doentes (1,2%), sem mortalidade. RESULTADOS: Foram considerados bons em 76,2%, regulares em 18,2% e maus em 5,6% dos doentes. O sucesso do tratamento variou conforme a etiologia da estenose, ocorrendo bons resultados em 81,0% das estenoses pépticas, em 66,1% das estenoses cáusticas e em 82,7% das estenoses de anastomoses. A falha do tratamento conservador ocorreu em 9,3% das estenoses cáusticas, 4,3% das estenoses de anastomose e 3,9% das estenoses pépticas. A estenose cáustica propiciou a falha maior da terapêutica conservadora em rela??o aos demais. CONCLUS?O: O tratamento conservador, através de dilata??es orientadas por fio-guia (Savary-Gilliard e Eder Puestow), é a primeira escolha nas EBE; é eficaz a longo prazo, com índice mínimo de complica??es e o tratamento cirúrgico é apenas indicado se n?o for possível realizar as dilata??es.