No InCór-FMUSP, no período de mar?o de 1985 a fevereiro de 1993 (75 meses), 110 pacientes portadores de miocardiopatia terminal foram submetidos a transplante cardíaco ortotópico (TCO). Desta série, foram selecionados 24 pacientes, com sobrevida superior a 36 meses, para análise da fun??o do ventrículo esquerdo (VE) a longo prazo. O período de seguimento clínico esteve compreendido entre 36 meses e 78 meses (56 meses). A idade variou de 27 a 60 anos (44,3 anos), sendo 21 (87,5%) do sexo masculino. As etiologias da doen?a cardíaca que motivaram a indica??o dos transplantes foram: miocardiopatia dilatada em 13 (54,2%) pacientes, isquémica em 8 (33,3%) e chagásica em 3 (12,5%). Todos encontravamse, inicialmente, em classe funcional IV (NYHA). A cinecoronariografia e as variáveis hemodinamicas e ecocardiográficas foram aferidas, no pós-operatório, anualmente até o quinto ano de evolu??o. Os resultados obtidos permitem concluir que: 1) o VE, em todos os casos, apresenta hipertrofia como mecanismo de adapta??o; 2) a hipertens?o arterial esteve presente desde o primeiro ano de evolu??o; 3) as rejei??es agudas e a etiologia da miocardiopatia n?o interferiram na fun??o do VE; 4) a aterosclerose acelerada exerce efeito negativo na fun??o do VE; 5) do ponto de vista ecocardiográfico e hemodinamico, a fun??o do VE manteve-se estável até o quinto ano de evolu??o pós-operatória; o aparecimento de redu??o significativa do índice cardíaco (IC) associado à incidência crescente de resultados anormais nas variáveis analisadas, sugere tendência à depress?o tardia do seu desempenho.
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