Carcinoma hepatocelular: impacto do tempo em lista e das formas de tratamento pré-operatório na sobrevida do transplante de fígado cadavérico na era pré-MELD em um centro no Brasil

摘要

RACIONAL: Atualmente, o transplante hepático é a principal op??o terapêutica para doentes com cirrose hepática associada a carcinoma hepatocelular. OBJETIVOS: Analisar a sobrevida em 3 meses e 1 ano de pacientes com e sem carcinoma hepatocelular submetidos a transplante hepático cadavérico. MéTODOS: Foram revisados os prontuários dos pacientes submetidos a transplante hepático cadavérico no Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná no período entre 5 de janeiro de 2001 e 17 de fevereiro de 2006. Os pacientes foram divididos em 2 grupos - acometidos e n?o-acometidos de carcinoma hepatocelular - e analisados em rela??o à sobrevida em 3 meses e em 1 ano. Também foram comparados em rela??o ao sexo e à idade do doador e do receptor, a causa da cirrose, a classifica??o de Child-Pugh e o escore do MELD no momento do transplante, o tempo de isquemia morna e isquemia fria, o número de unidades de concentrado de hemácias transfundidas durante o transplante, o tempo de permanência na UTI e o tempo de interna??o. RESULTADOS: Foram analisados 146 casos de transplante hepático: 75 foram excluídos devido a dados incompletos no prontuário e 71 foram incluídos no estudo. A sobrevida geral em 3 meses e 1 ano foi de 77,4% e 74,6%, respectivamente. Os acometidos por carcinoma hepatocelular (n = 12) apresentaram sobrevida em 3 meses e 1 ano de 100%, significantemente maior que os n?o-acometidos (n = 59; 72,8% e 69,49%, respectivamente). O índice médio do MELD, da classifica??o de Child-Pugh e o número médio de concentrado de hemácias transfundidas foram significantemente maiores nos pacientes n?o-acometidos. Também foi observada maior percentagem de pacientes classificados como Child-Pugh B e C e de pacientes com diagnóstico de cirrose por outras causas nos pacientes n?o acometidos pela neoplasia. Nos doentes com carcinoma hepatocelular foi observada maior percentagem de indivíduos classificados como Child-Pugh A e com diagnóstico de cirrose por hepatite C. Todos os outros fatores analisados foram iguais entre os 2 grupos. CONCLUS?O: Os doentes com carcinoma hepatocelular, submetidos a transplante hepático cadavérico, apresentam maior sobrevida em 3 meses e 1 ano do que os n?o acometidos por esta neoplasia. Essa diferen?a é possivelmente relacionada à realiza??o do transplante nos pacientes com carcinoma hepatocelular em estádio menos avan?ado da cirrose.