Face à inoperatividade da teoria expressionista na compreensão de algumas dasmanifestações mais originais da prosa narrativa de língua alemã de 1910-20,estigmatizadas como “incompreensíveis”, o objectivo da minha reflexão é questionar tantoo conceito de Expressionismo, quanto a noção de “incompreensibilidade”, que resulta, noscasos em apreço – Albert Ehrenstein, Carl Einstein e Robert Müller –, não da expressão doirracional, mas da introdução de elementos do género híbrido “ensaio” no domínio daficção. Sob a metáfora do espelho, que coloca a problemática modernista do Sujeito nocentro da reflexão ensaística desde Montaigne, e com recurso a uma noção de ensaioconstruída a partir de Friedrich Schlegel, Nietzsche e Adorno, analisarei um espectro denarrativas que evidenciam um processo de miscigenação entre ficção e ensaio, cujoresultado extremo é o texto incompreensível, genologicamente inclassificável, e que colocadesafios por enfrentar aos estudos literários, em particular àqueles que ousam penetrar naszonas mais herméticas do Modernismo
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