OBJETIVO: Propor um questionamento sobre o enfoque que se tem dado à histeria num contexto de classifica??es diagnósticas progressivamente mais técnicas e restritivas; investigar o que pode estar sendo negligenciado quanto aos complexos aspectos de funcionamento inerentes à condi??o histérica. MéTODO: Revis?o da literatura relevante sobre o tema, a evolu??o histórica de seu conceito e suas correla??es clínicas. RESULTADOS: Descri??es clínicas da histeria existem há quase 2 mil anos, com pormenores que pouco diferem dos de descri??es mais recentes. A histeria parece permanecer em grande parte incompreendida pela medicina; restam importantes lacunas de conhecimento sobre o que teria tomado, na atualidade, o lugar dos antigos sintomas histéricos. Sabe-se, porém, que inúmeras categorias nosográficas surgiram nas últimas décadas, como a fibromialgia, a sensibilidade química múltipla, a somatiza??o etc., às vezes com alto grau de imprecis?o conceitual. CONCLUS?O: O construto histeria vem se fragmentando cada vez mais nas sucessivas classifica??es diagnósticas, sem que essa fragmenta??o favore?a uma maior compreens?o de seu significado e de seu enredo. A descri??o cada vez mais refinada dos manuais classificatórios, com a elimina??o da express?o "histeria", n?o parece ter representado uma estratégia adequada para um entendimento aprofundado dessa condi??o, tampouco para um melhor manejo clínico desses pacientes.
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