Intoxica??o natural por Senecio brasiliensis em equinos

摘要

RESUMO: Intoxica??es por plantas do gênero Senecio representam uma importante causa de morte em animais de produ??o, sendo Senecio brasiliensis a espécie mais envolvida nos casos de intoxica??o espontanea. Nesse trabalho, s?o descritos os aspectos epidemiológicos, clínicos e anatomopatológicos de um surto de intoxica??o natural por Senecio brasiliensis em equinos. Dois equinos, de um total de dezoito, foram afetados. Os casos ocorreram em uma propriedade rural no município de S?o Martinho da Serra, Rio Grande do Sul, Brasil. Grande quantidade de exemplares de Senecio brasiliensis em estágio de brota??o foi encontrada na área onde os equinos estavam. Os animais eram da ra?a Crioula, sendo uma égua com quatro anos e um potro com cinco meses. A égua apresentou evolu??o aguda da doen?a com dura??o de três dias e o potro evolu??o cr?nica de dois meses. As principais manifesta??es clínicas observadas em ambos os equinos incluíam apatia, anorexia, emagrecimento, desidrata??o e sinais neurológicos. Além disso, havia moderado edema subcutaneo na regi?o ventral do abd?men e marcada icterícia nas mucosas ocular, oral e vulvar da égua e palidez das mucosas no potro. Na avalia??o bioquímica do potro, havia acentuado aumento da atividade sérica da gamaglutamil transferase (119 U/L), aumento da fosfatase alcalina (434 U/L) e hipoalbuminemia (2,1g/dL). No hemograma do mesmo, observou-se leve anemia normocítica e normocr?mica (30% de hematócrito; VCM: 39,5 fL; HCM: 15,3pg). As altera??es presentes em ambas as necropsias foram observadas principalmente no fígado, que estava difusamente aumentado de tamanho, escuro e firme. Na superfície de corte, observaram-se acentua??o do padr?o lobular e hemorragia. Histologicamente, no fígado dos equinos, havia graus variados de necrose coagulativa, hemorragia, fibrose, prolifera??o de ductos biliares, hepatomegalocitose e bilestase. Nas diferentes se??es analisadas do encéfalo, havia altera??es astrocitárias restritas à substancia cinzenta, predominantemente, no córtex telencefálico. Os astrócitos degenerados eram similares aos astrócitos de Alzheimer tipo II. O diagnóstico da intoxica??o nesses casos foi baseado na epidemiologia, no quadro clínico, nas les?es de necropsia e nos achados histopatológicos. Cabe ressaltar que a necrose de coagula??o e a discreta fibrose e prolifera??o de ductos biliares observados na égua, constituiu uma apresenta??o subaguda da intoxica??o, enquanto que a fibrose, mais predominante no potro, caracterizou uma hepatopatia cr?nica.