OBJETIVO: Conhecer a preferência de mulheres quanto às vias e formas de parto, e a opini?o de médicos a respeito dessa preferência. MéTODOS: Foram entrevistadas 656 mulheres atendidas no Sistema único de Saúde, em hospitais de S?o Paulo e Pernambuco incluídos no Estudo Latino-Americano de Cesárea (ELAC): 230 em três hospitais de interven??o, em que a estratégia da segunda opini?o diante da decis?o de realizar uma cesárea foi adotada como rotina, e 426 mulheres em quatro hospitais de controle, onde n?o houve interven??o. Os médicos responderam a um auto-questionário, sendo 77 dos hospitais de interven??o e 70 dos de controle. Para análise dos dados foram utilizados o qui-quadrado de Mantel-Haenszel, o teste Yates ou o Exacto de Fischer. RESULTADOS: Nos dois tipos de hospital, a grande maioria das mulheres declarou preferir o parto vaginal à cesárea. Essa preferência foi significativamente maior entre as entrevistadas que já haviam experimentado as duas formas de parto (cerca de 90% nos dois tipos de hospital), comparadas às que haviam tido só cesáreas (72,8% nos hospitais de interven??o e 77,8% nos de controle). Na opini?o de 45% dos médicos dos hospitais de interven??o e de 55% dos de hospitais de controle, a maioria das mulheres submetidas a uma cesárea sentia-se satisfeita; 81 e 85% dos médicos, respectivamente, consideraram que as mulheres solicitam cesariana, porque têm medo do parto vaginal. CONCLUS?ES: O conceito de que a principal causa do aumento na taxa de cesárea é o respeito dos desejos das mulheres por parte dos médicos n?o tem sustenta??o na opini?o declarada pelas mulheres. Uma melhor comunica??o entre médicos e mulheres grávidas talvez possa contribuir para melhoria da situa??o atual.
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