Valvotomia mitral percutanea: da primeira à terceira dilata??o

摘要

INTRODU??O: As causas de reestenose pós-valvotomia mitral percutanea dependem principalmente das características da popula??o submetida à técnica. O objetivo deste trabalho foi comparar os resultados imediatos e tardios dos pacientes submetidos a dois ou mais procedimentos de valvotomia mitral percutanea (VMP) a um grupo de pacientes submetidos apenas a uma dilata??o para o tratamento da estenose mitral grave. MéTODO: Os pacientes foram divididos em dois grupos: o grupo A incluiu 90 pacientes submetidos a uma primeira VMP e que, em decorrência de reestenose ecocardiográfica e clínica, foram encaminhados a uma segunda interven??o, e 9 pacientes que, pelo mesmo motivo, foram submetidos a um terceiro procedimento; e grupo B, composto de 90 pacientes selecionados por amostra aleatória simples submetidos a apenas uma dilata??o, todas com sucesso. As variáveis ecocardiográficas analisadas para compara??o dos resultados dentro do mesmo grupo e entre os grupos A e B foram a área valvar mitral (AVM), os gradientes diastólicos máximo (GDM) e médio (GDm), o diametro do átrio esquerdo e a incidência de reestenose. RESULTADOS: Nos pacientes do grupo A, a primeira dilata??o foi realizada com sucesso em 87 (96,7%) pacientes. Comparativamente, a média das áreas valvares após a primeira dilata??o dos pacientes que comp?em o grupo A foi menor que a dos pacientes do grupo B (1,97 ± 0,17 cm2 vs. 2,10 ± 0,33 cm2; P = 0,011). Em ambos os grupos, n?o se observou diferen?a estatisticamente significante, pré e imediatamente após o primeiro procedimento, na redu??o da média do GDM e do GDm e na média dos diametros do átrio esquerdo. Nos pacientes do grupo A, após a segunda valvotomia, os critérios de sucesso foram alcan?ados em 77 (85,5%) pacientes. A média das áreas valvares, nessa oportunidade, foi menor que após a primeira interven??o (1,83 ± 0,28 cm2 vs. 1,97 ± 0,17 cm2; P < 0,005). Ainda dentro desse mesmo grupo, observou-se queda significativa do GDM e do GDm quando comparados os valores após o primeiro e o segundo procedimentos. Uma terceira dilata??o foi realizada com 100% de sucesso nos 9 pacientes do grupo A. Resultados semelhantes aos anteriores foram obtidos na compara??o das mesmas variáveis após a segunda e a terceira dilata??es. O tempo médio para o aparecimento da reestenose ecocardiográfica entre a primeira, a segunda e a terceira dilata??es foi de 54,12 meses, 25,23 meses e 29,30 meses, respectivamente. CONCLUS?O: A obten??o de áreas valvares e o tempo para o aparecimento da reestenose significativamente menores imediatamente após uma segunda ou terceira valvotomias mitrais percutaneas, quando comparadas à primeira, n?o devem ser fatores para contraindica??o do procedimento. Apesar de menores, as AVMs obtidas após uma segunda ou terceira interven??o enquadram-se, na maioria dos casos, dentro dos parametros de sucesso do procedimento, justificando assim sua indica??o em casos selecionados.