Estudo prospectivo comparativo de duas modalidades de posicionamento do sensor de phmetria esofágica prolongada: por manometria esofágica e pela viragem do Ph

摘要

RACIONAL: Por padroniza??o aceita internacionalmente, posiciona-se o sensor distal de pHmetria esofágica a 5 cm acima da borda superior do esfíncter inferior do es?fago, localizado por manometria esofágica. Porém, vários autores sugerem técnicas alternativas de posicionamento que prescindem da manometria. Dentre essas, destaca-se a da viragem do pH, tema este controverso pela sua duvidosa confiabilidade. OBJETIVO: Avaliar a adequa??o do posicionamento do sensor distal de pHmetria pela técnica de viragem do pH, considerando-se a presen?a, o tipo e o grau de erro de posicionamento que tal técnica proporciona, e também estudar a influência da posi??o adotada pelo paciente durante a técnica da viragem. MéTODOS: Foram estudados de modo prospectivo, durante o período de 1 ano, 1.031 pacientes. Durante entrevista clínica, foram registrados os dados demográficos e as queixas clínicas apresentadas. Todos foram submetidos a manometria esofágica para localiza??o do esfíncter inferior do es?fago e a técnica da viragem do pH. A identifica??o do ponto de viragem foi realizada de dois modos distintos, caracterizando dois grupos de estudo: com o paciente sentado (grupo I - 450 pacientes) e com o paciente em decúbito dorsal horizontal (grupo II - 581 pacientes). Após a identifica??o do ponto de viragem, o sensor distal de pHmetria era posicionado na posi??o padronizada, baseada na localiza??o manométrica do esfíncter. Registrava-se onde seria posicionado o sensor de pH se fosse adotada a técnica da viragem. Para avalia??o da adequa??o do posicionamento, considerou-se que o erro é representado pela diferen?a (em centímetros) entre a localiza??o padronizada (manométrica) e a localiza??o que seria adotada caso fosse empregada a técnica da viragem. Considerou-se que o erro seria grosseiro se fosse maior que 2 cm. Analisou-se também o tipo de erro mais freqüente (se acima ou abaixo da posi??o padronizada). Foram incluídos todos pacientes que aceitaram participar da pesquisa e excluídos os casos nos quais n?o se identificou acidifica??o intragástrica. RESULTADOS: Se fosse adotada a técnica da viragem, haveria erro no posicionamento do sensor em 945 pacientes (91,6%), portanto, o sensor seria posicionado na posi??o padronizada em apenas 86 (8,4%) casos. Em rela??o à caracteriza??o do grau de erro, haveria erro considerado grosseiro em 597 (63,2%) pacientes. Em rela??o ao tipo de erro, o sensor seria posicionado abaixo do local padronizado em 857 (90,7%) casos. N?o houve diferen?a significante entre os dois grupos de estudo em rela??o a nenhum dos parametros analisados, indicando que a posi??o adotada pelo paciente durante a manobra da viragem n?o interfere no erro inerente à técnica. CONCLUS?ES: 1. O posicionamento do sensor distal de pHmetria pela técnica da viragem do pH n?o é confiável. 2. A técnica da viragem proporciona margem de erro expressiva. 3. O tipo de erro mais comum que tal modalidade técnica proporciona é o posicionamento mais distal do sensor, que pode superestimar a ocorrência de refluxo. 4. N?o há influência da posi??o adotada pelo paciente durante a realiza??o da técnica da viragem do pH na eficiência do método.