Este artigo analisa as respostas das religi?es afro-brasileiras à epidemia de Aids no Recife, considerando a estrutura simbólica religiosa. Baseando-se em observa??es participantes e em entrevistas em profundidade realizadas com líderes religiosos afro-brasileiros e técnicos de saúde pública e de ONG, destaca a importancia do "axé", a categoria nativa utilizada para pensar os eventos corporais, para entender a história da Aids nessa comunidade religiosa. Axé é energia mística, vitalidade corporal. Ele é manipulado em rituais religiosos e simbolicamente associado a sangue, suor e sêmen. Nos tempos de HIV, os rituais de escarifica??o corporais e a troca de fluidos durante as transa??es sexuais, formas para a circula??o do axé e elementos-chave para o cultivo deste, também se tornam meio para a transmiss?o do HIV. Esses elementos foram o foco do diálogo entre as institui??es religiosas e o sistema de saúde pública, um processo que gerou mudan?as nas práticas religiosas de regula??o da reprodu??o social e da vida sexual dos adeptos.
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