Anticoncepcionais orais e press?o arterial: pesquisa epidemiológica de hipertens?o arterial no Rio Grande do Sul

摘要

O presente trabalho teve por objetivo descrever a rela??o entre o uso de anticoncepcionais orais e a press?o arterial em mulheres residentes nas áreas urbana, rural e metropolitana no Rio Grande do Sul situado no extremo sul do Brasil Os dados utilizados nesta análise provêm de um inquérito de hipertens?o arterial conduzido neste Estado, em 1978. Através de uma análise de covariancias, controlando-se idade e índice de Quetelet, as médias de press?o sistólica e diastólica das mulheres usuárias e ex-usuárias de pílulas, foram comparadas com as médias de press?o das mulheres que nunca tomaram anticoncepcionais. Observou-se que, para a press?o sistólica, houve, sistematicamente, nos quatro estratos considerados na pesquisa (Interior Rural, Interior Urbano, Cintur?o Metropolitano e Porto Alegre), uma diferen?a positiva para as mulheres que est?o tomando pílula atualmente. Esta diferen?a mostrou-se significativa (p < 1%) para as mulheres residentes no Cintur?o Metropolitano que tomam anticoncepcionais há mais de dois anos. Para a press?o diastólica, foram observados pequenos efeitos que, embora positivos, n?o foram significativos. A metodologia da pesquisa permitiu, ainda, avaliar a associa??o entre o uso de anticoncepcionais orais e outros fatores de risco. Dentre as mulheres residentes na área metropolitana, foi no grupo das mulheres de escolaridade mais baixa que o efeito se mostrou mais intenso. No grupo de mulheres que apresentavam história de hipertens?o na gravidez, assim como nas mulheres classificadas como hipertensas (critério 140/90), o efeito dos anticoncepcionais orais também mostrou-se de grande significancia (p < 1%), com altera??es de mais de 10 mm Hg nas médias de press?o sistólica. Tais resultados sugerem que o uso da pílula tende a potencializar o aumento na press?o sistólica, em grupos de mulheres já habitualmente com níveis de press?o mais elevados.