Christian Wolff (1679-1754) foi o primeiro filosofo que separou a doutrina da alma em duas partes: a "psychologia empirica" e a "psychologia rationalis". Ele deu certa ênfase sobretudo à primeira parte, mais nova e original, que tratava daqueles conhecimentos das faculdades da alma, derivados da observa??o dos dados da experiência, ao passo que a segunda parte tratava das reflex?es (derivadas de uma longa tradi??o metafísica) sobre a essência e a imortalidade da alma. Em certa medida, a psicologia empírica propunha de proceder segundo um método análogo àquele da física newtoniana e da astronomia kepleriana, baseado num círculo virtuoso entre fatos observados e reflex?es teóricas. A importancia desta concep??o de "experiência" estaria na origem do rápido abandono, nas tradu??es alem?es e franceses (a "psychologia empirica" foi originariamente publicada em latim), do adjetivo "empírico" – embora ele existisse em francês e alem?o – para Erfahrungspsychologie, Experimental-Seelenlehre e Psychologie expérimentale. Astronomia e física newtoniana fascinavam pela capacidade heurística de produzir novos conhecimentos. Ent?o se tratava de deslocar este método da natureza física para o conhecimento do homem. Assim, na segunda metade do século dezoito, assiste-se na Alemanha aos desenvolvimentos de uma "física da alma" (Physik der Seele), como foi definida por Sulzer e Herder. Autores como Johann Krüger, Karl Moritz, Ernst Platner, Marcus Hertz trabalham em projetos de aprofundamento desta pesquisa sobre os "fatos" da alma, dando a estas reflex?es psicológicas a consistência de uma antropologia.
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