Objetivo: analisar a docência universitária em enfermagem a partir da dialética institucional. Método: pesquisa qualitativa fundamentada na Socioclínica Institucional. Participaram 18 professores-enfermeiros de quatro Regi?es do Brasil e seis estabelecimentos públicos de educa??o superior. Para a produ??o de dados, foram realizadas entrevistas, observa??es, análises documentais, restitui??es individuais e coletivas e uso do diário de pesquisa. A organiza??o dos dados para análise se deu pela transcri??o/tradu??o dos mesmos, pela recomposi??o/rearranjo, e pela reconstitui??o/narra??o final. A análise dos dados foi produzida a partir de analisadores, fundamentada na Socioclínica, vertente da Análise Institucional e na modalidade qualitativa de análise por questionamento e pela escrita. Resultados: dois principais analisadores fizeram a institui??o ‘docência no ensino superior e o professor-enfermeiro’ emergir: rela??o tempo-dinheiro e resistência. O tempo docente, cada vez mais associado ao dinheiro, na lógica gerencialista, tem formatado o professor-enfermeiro como sujeito passivo na produ??o de conhecimentos, induzido pelo modelo avaliativo da Coordena??o de Aperfei?oamento de Pessoal de Nível Superior e seu atrelamento à progress?o na carreira universitária. Nesse modelo, o professor-enfermeiro é impulsionado a se dedicar mais à pesquisa do que ao ensino. Isso interfere nas concep??es e práticas docentes, que ficam mais influenciadas pelo gerencialismo e menos fundamentadas em teorias pedagógicas. A resistência contra esse modelo n?o encontrou ainda mecanismos de enfrentamento. Conclus?o: pela análise produzida com os participantes, as escolhas dos professores-enfermeiros est?o t?o mais fundamentadas no gerencialismo e t?o menos baseadas em referenciais pedagógicos, notadamente naqueles advindos de teorias dialéticas. Nesse sentido, resistir se transfigura em movimento de adaptar-se.
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