Diante da proposi??o na filosofia política de que utopia e realismo s?o vertentes distintas de leitura das rela??es humanas e dos problemas sociais, estando em constante tensionamento, contrap?em-se experiências práticas de realiza??o de utopias. A partir da experiência da reforma psiquiátrica brasileira, compreendida na perspectiva teórico-prática da desinstitucionaliza??o, objetivou-se desenvolver argumenta??o sustentando conceitualmente a possibilidade de realiza??o de utopias no real. Realizou-se investiga??o argumentativa de natureza reflexiva em dois tópicos - o conhecimento possível na posi??o utópica e a ideia de problema para o realismo - e foi desenvolvida uma proposi??o de aproxima??o das posi??es de utopia e realismo. Como resultado, o primeiro movimento argumentativo necessário parte da proposi??o de Espinosa acerca dos gêneros de conhecimento, sendo sustentado que a vertente utópica envolve, além da imagina??o, a raz?o e o agir prático no mundo. O segundo requer uma mudan?a de perspectiva daquilo que é entendido como problema no realismo para sua compreens?o enquanto contradi??es que precisam ser mantidas em aberto e confrontadas dialeticamente. Por fim, a partir de uma leitura espinosana, s?o apontados como elementos para a sustenta??o de utopias da realidade, além da raz?o e manter as contradi??es em aberto, a esperan?a e a seguran?a.
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