Objetivo. Descrever a distribui??o temporal e as características epidemiológicas da sífilis congênita (SC) emNiterói, Sudeste do Brasil, de 2007 a 2016.Métodos. Este estudo descritivo de série temporal da incidência de SC utilizou os dados do Sistema de Informa??o de Agravos de Notifica??o (SINAN) e do Sistema de Informa??es sobre Nascidos Vivos (SINASC). Aamostra incluiu todos os casos notificados. Além disso, foi realizado um relacionamento probabilístico entreSINAN e SINASC para recuperar informa??es ignoradas. A série temporal foi estimada por regress?o logarítmica, de acordo com variáveis sociodemográficas e de pré-natal.Resultados. Identificaram-se 754 casos de SC no período estudado (incidência média de 11,9 casos/1 000nascidos vivos). A incidência foi mais elevada em jovens (10 a 19 anos; 20 a 24 anos), participantes de corpreta e naquelas com baixa escolaridade e sem pré-natal. Do total de mulheres, apenas 57,6% obtiveram odiagnóstico de sífilis durante o pré-natal. O tratamento foi inadequado em 87,7% das mulheres. Apenas 12,2%dos parceiros foram tratados. Houve tendência crescente do agravo (16%/ano), que atingiu 23,2 casos/1 000nascidos vivos em 2016. O crescimento foi mais acentuado em adolescentes do sexo feminino (25,2%/ano),ra?a/cor parda (16,8%/ano), indivíduos com baixa escolaridade (57,1%/ano) e mulheres que realizarampré-natal (17,3%/ano); e, no período de 2012 a 2016, em mulheres com informa??o ignorada para a cor da pele.Conclus?es. As iniquidades sociais se destacaram na ocorrência de SC, com incidência crescente emjovens. é necessária a capacita??o dos profissionais de saúde para o manejo da sífilis gestacional e umaatua??o efetiva das políticas públicas sobre os determinantes sociais da sífilis.
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