A raiva é uma zoonose de curso geralmente fatal que acomete tanto animais quanto seres humanos, causada por um vírus Lyssavirus. A doen?a causa consideráveis perdas econ?micas tanto ao agronegócio quanto ao setor público, além de sério problema de Saúde Pública. O principal transmissor da raiva para bovinos e humanos é o morcego hematófago Desmodus rotundus. A epidemiologia da raiva está diretamente relacionada à quest?o ambiental, a exemplo do desmatamento e da introdu??o de animais domésticos. O estudo foi na mesorregi?o Nordeste do Pará por ser proporcionalmente a mais desmatada e considerada área de principal foco da raiva bovina e foi conduzido de modo a analisar a evolu??o da ocorrência e distribui??o espacial e temporal da raiva bovina por 13 anos, em dois períodos distintos, verificando-se a existência de tendência, difus?o, ciclicidade e sazonalidade, além de relacionar os casos com desmatamento e pecuária. Os dados secundários foram obtidos de fontes oficiais: Agência de Defesa Agropecuária (casos de raiva bovina), IBGE (pecuária bovina) e INPE/PRODES (desmatamento). Para análise estatística foram utilizados os programas Microsoft Excel? 2013 e BioEstat 5.3. Os resultados demonstraram tendências diferentes de ocorrência da raiva nos períodos analisados, além de grande difus?o da doen?a entre as microrregi?es, exceto a microrregi?o Salgado que se apresentou como área silenciosa. As microrregi?es Bragantina e Guamá se destacaram pelo elevado número de casos positivos e grande difus?o entre seus municípios, respectivamente. A raiva apresentou maior correla??o com o desmatamento do que com a atividade pecuária. A sazonalidade da doen?a n?o pode ser comprovada, porém é mais comum no período mais chuvoso. Sugere-se ciclicidade em áreas específicas da mesorregi?o Nordeste.? O intenso desmatamento e a presen?a do vírus rábico nesta área demonstram quanto o desiquilíbrio ambiental tende a impactar negativamente na ocorrência de doen?as como a raiva nesta área da Amaz?nia brasileira.
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