Este trabalho pretende verificar a existência de desigualdade entre rendimentos devida à segmenta??o do mercado de trabalho e vinculada à discrimina??o por gênero, utilizando dados individuais da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 1995. Equa??es de participa??o dos indivíduos no mercado de trabalho foram estimadas por máxima verossimilhan?a, usando o modelo lógite multinomial. Com base nos coeficientes estimados nas equa??es de participa??o a variável lambda foi calculada e usada nas equa??es de rendimentos para obter estimativas consistentes dos parametros, sem viês de seletividade amostral, que pode ser observado quando somente trabalhadores que possuem rendimentos entram nos cálculos das equa??es. Baseados nos coeficientes estimados das equa??es de rendimentos, verificou-se que a discrimina??o salarial por gênero ocorre em grandes propor??es nos mercados de trabalho formal e informal, sendo maior no mercado formal. Na ausência de discrimina??o, no mercado formal, os rendimentos das mulheres aumentariam em aproximadamente 47%, atingindo valores superiores aos dos homens em 15%. No mercado de trabalho informal, as diferen?as nas caracteristicas individuais explicam 3% do diferencial de rendimentos, e os restantes 97% s?o determinados pela discrimina??o. Constatou-se que n?o existe segmenta??o no mercado de trabalho para as mulheres e, para os homens, o grau de segmenta??o é expressivo, sendo que 56% do diferencial dos rendimentos se devem à segmenta??o do mercado de trabalho. O restante do diferencial (44%) é explicado pelas diferen?as nas características individuais entre os trabalhadores dos dois segmentos.
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