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>Há lugar para a avalia??o colangioscópica na estenose biliar anastomótica pós-transplante hepático de doador cadáver?
【24h】
Há lugar para a avalia??o colangioscópica na estenose biliar anastomótica pós-transplante hepático de doador cadáver?
CONTEXTO: As complica??es biliares continuam sendo uma das principais causas de morbidade e perda do enxerto após o transplante hepático. O tratamento endoscópico das complica??es biliares provou ser eficaz ao longo do tempo, deixando o tratamento cirúrgico restrito a casos de exce??o. No entanto, ainda n?o podemos prever quais pacientes ter?o maior potencial de se beneficiar da terapia endoscópica. OBJETIVO: Nesta premissa, decidimos realizar este estudo para avaliar o papel e a seguran?a da colangioscopia peroral de operador único (CPO) no tratamento endoscópico das estenoses anastomóticas biliares (EA) pós-transplante hepático. MéTODOS: Entre mar?o de 2016 e junho de 2017, 20 pacientes consecutivos encaminhados para tratamento endoscópico da EA biliar foram incluídos neste estudo prospectivo de coorte observacional. Os critérios de inclus?o foram idade superior a 18 anos e um transplante hepático de doador falecido realizado há pelo menos 30 dias. Pacientes com estenose biliar n?o anastomótica, fístula biliar, “cast” síndrome, qualquer terapia endoscópica prévia, gravidez e incapacidade de fornecer consentimento informado foram excluídos. Todos os pacientes foram submetidos à CPO antes da terapia endoscópica com prótese metálica autoexpansível totalmente coberta (PMAEC) e após a sua remo??o. RESULTADOS: Na CPO realizada antes do tratamento endoscópico, o orifício de estenose e altera??es fibróticas foram visualizadas em todos os pacientes, altera??es vasculares e a presen?a de suturas cirúrgicas em 60%, enquanto altera??es inflamatórias agudas em 30%. A CPO foi determinante para a transposi??o do fio-guia através da estenose em cinco casos. Uma PMAEC foi implantada com sucesso em todos os pacientes. A taxa de resolu??o da estenose foi de 44,4% (tempo médio de permanência de 372 dias). A recorrência da EA foi de 12,5% (acompanhamento médio de 543 dias). Os eventos adversos foram migra??o distal (66,6%) e proximal (5,5%) da prótese metálica, oclus?o da PMAEC (16,6%), dor abdominal intensa (10%) e pancreatite aguda leve (10%). A CPO foi repetida após a remo??o da PMAEC. A colangioscopia realizada após o tratamento endoscópico mostrou altera??es fibróticas em todos, exceto em um paciente; altera??es vasculares e inflamatórias agudas foram menos frequentes em compara??o à CPO inicial. O desaparecimento do material de sutura, observado em todos os casos, foi notável. Nenhum dos achados colangioscópicos foram estatisticamente correlacionados ao resultado do tratamento ou à recorrência de estenose. CONCLUS?O: A colangioscopia peroral é viável nos pacientes pós-transplante hepático com estenose biliar anastomótica. Os achados colangioscópicos podem ser classificados em altera??es inflamatórias agudas, fibróticas e vasculares. A colangioscopia pode ser útil para auxiliar na passagem do fio-guia, mas seu papel geral na mudan?a de tratamento nos pacientes pós-transplante hepático n?o foi demonstrado.
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