A quest?o do déficit habitacional na cidade de S?o Paulo apresenta um problema de longa escala. Seguidamente eclodem mobiliza??es de grupos sem moradia que se organizam para reivindicar junto ao poder público o direito à moradia e obterem um teto para morar.? Como estratégia de luta esses grupos ocupam as ruas da cidade, no intento de dar visibilidade à causa lutando contra a criminaliza??o e a invisibilidade. O objetivo do estudo é compreender a a??o comunicativa e organizativa nos movimentos sociais e culturais e suas práticas de resistência e transforma??o das culturas frente à hegemonia comunicativa.? Para este estudo, foi selecionado o Movimento de Moradia Anchieta e suas a??es comunicacionais. Os autores, durante os meses de agosto e setembro de 2016 realizaram um trabalho de cadastramento dos ocupantes da área invadida, ?que pertence ao Instituto Anchieta Grajaú[1]. Ao longo desse processo de trabalho foram identificados 890 barracos, utilizados como moradias ocupadas por pouco mais de 2.800 pessoas. Para investigar a quest?o percorremos dois momentos metodológicos: o primeiro passo foi pautado pelo embasamento teórico a respeito do Direito à Cidade, Protestos, ?Movimentos Sociais, Vínculos e Comunidades a partir dos estudos de Castells (2013); Harvey (2014); Santos (2009); Pross (1997) Paiva (2003) e Hillman (1993). O segundo passo da investiga??o consistiu na análise das narrativas verbais dos representantes do Movimento de Moradia Anchieta, buscando apreender como suas particulares motiva??es, que, reunidas, foram capazes de comungar uma rede, um grupo social atuante que manifesta uma rea??o de contrapoder expressa na capacidade dos atores sociais desafiarem o poder embutido nas institui??es da sociedade com o objetivo de reivindicar a representa??o de seus próprios valores e interesses. Nos relatos dos ocupantes foi possível sentir as significancias individuais que traduziram as motiva??es incutidas no desejo e necessidade de fazer-se comunidade.[1] Fundado e juridicamente constituído em 28 de maio de 1994, têm como miss?o promover o desenvolvimento humano e local no Grajaú, zona sul de S?o Paulo, por meio da Educa??o, do Desenvolvimento Comunitário e da Integra??o Socioambiental. Localizado em uma área verde de 220 mil m2 no Distrito do Grajaú, o IAG atua com famílias em situa??o de vulnerabilidade social, com infraestrutura de educa??o, desenvolvimento, meio ambiente, profissionaliza??o, contribuindo para o acesso a manifesta??es variadas da cultura. (MADEIRA, 2014, p. 45).
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