Este artigo consiste em uma análise dialógica do discurso (ADD) de viés bakhtiniano que tem por objeto uma reportagem publicada pela revista britanica The Economist em 2014 sobre a suposta improdutividade do trabalhador brasileiro. O estudo apresenta conceitos e princípios epistemológicos que fundamentam a abordagem teórico-metodológica e possibilitam a investiga??o do posicionamento axiológico da revista. Identifica que, orientada pelas premissas macroecon?micas da ideologia neoliberal, a publica??o recorre a um estereótipo de longa dura??o que corresponde à imagem do brasileiro culturalmente pregui?oso, ideia utilizada para justificar a defesa de que o país precisava, naquele momento, reaproximar-se, política e economicamente, do neoliberalismo, abandonando a heterodoxia keynesiana. Aponta que a revista oblitera as consequências sociais da racionalidade econ?mica-expansionista e reifica o trabalhador brasileiro, tratando a sua produtividade no trabalho, considerada baixa, como uma quest?o patológica, sendo a prescri??o de medidas liberalizantes a cura para a doen?a do país e do trabalhador. O artigo conclui que esse discurso interfere na constitui??o de uma consciência de si dos brasileiros.
展开▼