Este artigo descreve a rela??o de m?es enlutadas com a alimenta??o, com base na fenomenologia existencial, considerando que o espa?o familiar alimentar, protagonizado pela matriarca, pode ser perturbado com a perda de um filho. Foram realizadas entrevistas com quinze m?es frequentadoras de Organiza??es N?o Governamentais de apoio ao luto, com idade entre 40 e 61 anos. Da análise emergiram quatro eixos temáticos que indicam como a m?e enlutada se comporta no contexto da alimenta??o: a ausência de fome e do prazer em se alimentar; o ato de compartilhar refei??es versus o luto materno; o confronto com a “cadeira vazia”; rea??es e sentimentos diante da culinária que simboliza a memória do filho. A influência que o luto exerce na rela??o das m?es com a alimenta??o foi evidenciada de diversas maneiras, seja na ausência de fome, na altera??o do peso e na falta do(a) filho(a) nas intera??es sociais durante as refei??es compartilhadas, representando os desafios da m?e perante uma “mesa que encolheu”, exigindo das mesmas novas significa??es frente à alimenta??o. Compreende-se que a rela??o da enlutada com a alimenta??o é permeada de conflitos que a exp?e a risco de desvios nutricionais e demanda apoio com profissionais sensíveis e esclarecidos sobre essa condi??o.
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