Introdu??o:O papilomavírus humano é um fator de risco etiológico para um subconjunto de carcinoma espinocelular de cabe?a e pesco?o. Tem sido demonstrado que o HPV é um poderoso biomarcador prognóstico para o cancer de orofaringe, mas seu papel na laringe ainda n?o foi explorado em profundidade. Os mecanismos de desenvolvimento dos carcinomas de laringe s?o bastante complexos e controlados por vários fatores. Tabagismo e álcool s?o os fatores de risco mais importantes. Estudos recentes indicam que a infec??o pelo HPV também desempenha um papel importante nos carcinomas da laringe. Os carcinomas laríngeos relacionados ao HPV ocorrem especialmente na regi?o supraglótica.Objetivo:Nosso objetivo foi determinar a frequência da positividade para o HPV / proteína 16 em pacientes com carcinoma da laringe e a associa??o da positividade para o HPV e /ou proteína 16 com variáveis como idade, sexo, tabagismo, localiza??o do tumor, metástase linfonodal, recidiva e sobrevivência de carcinoma da laringe em estágio avan?ado em nosso estudo.Método:Este estudo retrospectivo incluiu 90 pacientes com carcinoma laríngeo avan?ado. O grupo controle incluiu 10 amostras de mucosa laríngea normal. A presen?a de HPV foi inves-tigada por anticorpo policlonal através de rea??o de polimerase em cadeia e a proteína 16 por método imunohistoquímico. Nos casos positivos para o HPV, a presen?a dos tipos 16 e 18 do foi avaliada por rea??o de polimerase em cadeia. As características demográficas dos pacientes foram observadas. A sobrevida dos pacientes e a associa??o com HPV / proteína 16 foram determinadas.Resultados:A positividade com anticorpo policlonal do HPV foi detectada em 11 (12,2%) dos 90 casos. Desses 11 casos, o HPV 16 foi positivo em 6, o HPV 18 em 4 e o HPV 16 e 18 foram positivos em 1. Em 18 (20%) dos casos, a proteína 16 foi positiva. Seis dos casos (6,6%) apresentaram positividade para HPV e proteína16. Nos casos positivos apenas para a proteína 16 ou quando HPV e a proteína 16 foram co-positivos, a ingest?o de álcool foi menor e o tumor apresentou maior probabilidade de estar localizado na área supraglótica. Essas propor??es foram estatisticamente significantes. A localiza??o supraglótica do tumor foi maior em casos positivos para proteína 16. A correla??o entre positividade para proteína 16 e localiza??o da área supraglótica foi estatisticamente significante (p = 0,011). Dos casos positivos para proteína 16, 55,6% foram supraglóticos, 33,3% glóticos e 11,1% transglóticos. Embora a expectativa de vida acima de 5 anos tenha sido numericamente maior nos casos positivos para HPV e proteína 16, isso n?o foi estatisticamente significante. N?o houve rela??o estatisticamente significante entre positividade do HPV e média de idade, diferencia??o, tabagismo e uso de álcool, progress?o tumoral, metástase linfonodal, localiza??o, recidiva, causa de mortalidade e métodos de tratamento em nosso estudo. O período médio de seguimento de nossos pacientes foi de 6,7 anos.Conclus?o:A estreita rela??o entre HPV e carcinoma espinocelular orofaríngeo n?o p?de ser demonstrada na laringe em muitos estudos, inclusive no nosso estudo. Nossos achados confirmam um papel limitado do HPV na carcinogênese da laringe. A proteína 16 n?o é um substituto confiável para o status do HPV nos canceres de laringe e n?o é preditor da sobrevida do cancer de laringe. A localiza??o supraglótica do tumor foi maior em casos positivos para proteína16. A correla??o entre positividade para proteína 16 e localiza??o na área supraglótica foi determinada como estatisticamente significante. Há necessidade de ensaios clínicos com amostras maiores, nos quais a prolifera??o neoplásica seja melhor demonstrada e a precis?o dos resultados obtidos seja apoiada por diferentes técnicas.
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