O direito humano à alimenta??o adequada é compreendido em duas dimens?es: estar livre da fome e da desnutri??o e ter acesso a uma alimenta??o adequada1,2. No contexto urbano, com seu forte apelo ao consumo e em que a aquisi??o de alimentos se dá prioritariamente a partir de rela??es mercantis, debater este tema em bairros empobrecidos apresenta-se como grande desafio. Este artigo reúne reflex?es realizadas a partir de um estudo qualitativo realizado em S?o Jo?o de Meriti, município localizado na Baixada Fluminense (RJ), reunindo líderes da Pastoral da Crian?a em sess?es de grupo focal. O desemprego e subemprego e a dificuldade de acesso aos servi?os públicos de saúde, assistência social e saneamento foram apresentados como principais obstáculos para a efetiva??o do direito humano à alimenta??o. Foi possível identificar que, dentre as estratégias de enfrentamento da pobreza e da fome, o estabelecimento de circuitos de ajuda mútua tem grande destaque. Apoio social, dádiva e religiosidade apresentaram-se como categorias relevantes nas reflex?es dos líderes. Diante de uma realidade em que a pobreza e a fome ou s?o naturalizadas ou se revertem em moeda de troca durante as elei??es, a quest?o do clientelismo aparece como grande preocupa??o e desafio para estes líderes.
展开▼