O Aedes aegypti e os mosquitos na historiografia: reflex?es e controvérsias

摘要

O artigo tem por finalidade refletir sobre as formas pelas quais o?Aedes aegypti?vem sendo abordado pela historiografia e por demais áreas das ciências sociais e humanas. Historicamente associado à febre amarela e à dengue e, mais recentemente correlacionado à transmiss?o das arboviroses emergentes zika e chikungunya, o Aedes aegypti desdobra múltiplas temporalidades, processos e ecologias que concernem ao seu longo histórico de coevolu??o e proximidade com a espécie humana. Desse ponto de vista, evidencia as materialidades e padr?es de rela??o das sociedades com o ambiente, principalmente com o espa?o urbano, ao qual se tornou bastante adaptado. O objetivo é analisar como este inseto foi tratado pela historiografia das doen?as, da medicina e da saúde pública e contrapor tal abordagem com a perspectiva da história ambiental, no ambito da qual ele é encarado como elo de uma cadeia de intera??es ecológicas que envolvem dinamicas naturais, como também sociais, econ?micas e políticas. Discute-se os desafios teóricos e controvérsias trazidos por tal perspectiva, sobretudo no quadro dos estudos que prop?em a extens?o da no??o de agência aos atores n?o-humanos. Por fim, observa-se o início da trajetória mais recente deste vetor desde que passou a figurar como transmissor da dengue a partir de epidemia sem precedentes na cidade do Rio de Janeiro em 1986.