O uso agrícola do solo causa altera??es em suas características físicas, químicas e microbiológicas. A conseqüência dessas altera??es pode ser a perda da qualidade do solo, o que compromete a sustentabilidade do uso desse recurso. A análise de indicadores bioquímicos e microbiológicos de qualidade do solo é relevante para monitorar mudan?as na qualidade do solo e no desempenho de suas fun??es-chave, como a capacidade de ciclar e armazenar nutrientes. Neste estudo, avaliaram-se indicadores químicos, físicos e microbiológicos do solo em plantios de eucalipto 5,5 anos após terem sido submetidos a diferentes métodos de manejo durante a fase de reforma do povoamento. A avalia??o baseou-se na determina??o de 18 atributos físicos e químicos, além de 12 outros de caráter bioquímico ou microbiológico, os quais foram adotados como indicadores da qualidade do solo. Os indicadores bioquímicos e microbiológicos mostraram-se mais sensíveis para avaliar mudan?as qualitativas no solo devidas ao manejo, quando comparados com os químicos ou físicos. O maior distúrbio causado pelos tratamentos em que houve remo??o ou queima do material organico da superfície do solo foi evidenciado pelos maiores valores de qCO2 e menores valores de qMIC na camada superior do solo (0 a 5 cm). A análise de componentes principais permitiu visualizar as semelhan?as entre as áreas com base em todas as variáveis analisadas. A área de vegeta??o natural de mata secundária, usada como referência de qualidade do solo, foi a que apresentou a maior distancia gráfica das demais áreas, demonstrando que a introdu??o da monocultura do eucalipto modifica a qualidade do solo estudado. A qualidade do solo da área de eucalipto onde n?o se efetuou o corte das árvores no primeiro ciclo (povoamento com 11 anos de idade) obteve a maior aproxima??o da área de vegeta??o natural, seguindo-se os solos sob eucalipto submetido a manejos que priorizaram a conserva??o dos resíduos organicos por ocasi?o da reforma do povoamento. Contrariamente, as áreas onde ocorreu a remo??o ou a queima do material organico da superfície do solo foram as que mais se distanciaram da área de referência. Esses resultados demonstram que o sistema de manejo adotado na reforma dos povoamentos de eucalipto analisados influencia, em médio prazo, o potencial dos solos de estocar e ciclar nutrientes por meio da biomassa microbiana e das atividades bioquímicas ligadas a ela. A maior aproxima??o entre a área com vegeta??o nativa e a de eucalipto com 11 anos leva a supor que ciclos mais longos nas florestas de eucalipto, contrastando com o padr?o atualmente em uso no Brasil (cerca de sete anos), pode ser relevante para se manter a sustentabilidade da atividade florestal em longo prazo, a despeito de uma menor produtividade média anual. Nesse caso, a op??o pela produtividade de curto ou médio prazo, ou pela sustentabilidade do uso do solo, com a conseqüente manuten??o da sua qualidade para as gera??es futuras, poderá ser repensada a partir dos dados aqui apresentados.
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