Quando os olhos n?o veem o que as mulheres sentem: a dor nas narrativas de mulheres com endometriose

摘要

Tratou-se da experiência de 20 mulheres com diagnóstico de endometriose em sua dimens?o primeira e pungente - a dor -, a partir de pesquisa realizada através de grupos virtuais. O objetivo do artigo é discutir os significados atribuídos por mulheres à dor causada pela endometriose, enquanto parte da dimens?o íntima do protagonismo de se viver com esta doen?a. Bertaux deu os matizes metodológicos da pesquisa através do método Narrativas de vida. A discuss?o do material foi abalizada por autoras que discutem o tema endometriose e adoecimento cr?nico, mas, sobretudo, pela antropologia da dor de Le Breton e pela antropologia médica de Cecil Helman. As narrativas estreiam a partir da explica??o, metafórica e clínica, da dor, para que o interlocutor possa alcan?ar a dimens?o desse fen?meno naquilo que significa, para elas, viver esse sintoma. Algo que, num momento inicial, parafraseando Aureliano, é nomeado de performatividade. Ao perpassar as discuss?es sobre a in-visibilidade desse sintoma, pode-se discutir seus desdobramentos, que esbarram em desqualifica??o. Conclui-se que as narrativas deste estudo foram acionadas a partir de uma performatividade que teve por objetivo contrarreagir à banaliza??o corrente a que mulheres com endometriose s?o submetidas.