Nos últimos anos, o conceito de governan?a gozou de um forte destaque no campo de estudo das Ciências Sociais, vindo a ser alvo de debate e de largos questionamentos, cujos ecos se espraiam no tempo sem respostas definitivas ou decisivas. Tais questionamentos emergem, nomeadamente, da transi??o a que assistimos de um paradigma de governo/governabilidade para um paradigma de governan?a (Davoudi, Evans, Governa, & Santangelo, 2008). A governabilidade ocupa?se dos processos e das práticas implementadas pelo sistema político e pelo setor público para atender às problemáticas sociais da esfera pública e privada. Associado a este, embora distinto, o conceito de governan?a entende?se como forma de consciencializa??o do coletivo acerca dos processos de governabilidade que tomam delibera??es para a comunidade. Do casamento entre governan?a e turismo resulta Governan?a Turística, processo de organiza??o do turismo em que est?o envolvidos os governos, as comunidades, e o setor empresarial de cada destino turístico. Em tra?os gerais, concerne o “governar com os outros e para os outros, tendo em conta o bem turístico comum” (Marques, p. 290, capítulo 13). Ocupando?se de “Governan?a e Turismo”, este livro que nos chega pelas m?os de Augustín Santana Talavera, Eduardo Cordeiro Gon?alves, e Xerardo Pereiro Pérez (editores) visa demonstrar, e cumpre essa pretens?o com sucesso, de que modo a governan?a se concretiza no turismo a partir de, essencialmente, cinco formas: associacionismo (associa??o entre as diversas entidades), promo??o, descentraliza??o, redes e, ainda, política turística (cf. Gon?alves, capítulo 1). Torna?se relevante pela sua abrangência – a qual nunca perde de vista, porém, o detalhe do exemplo específico ou do estudo de caso – quer para especialistas que pretendam enriquecer o seu corpus científico quer para leigos entusiasmados pela oportunidade de aprenderem mais sobre os temas de cultura geral tratados. Na presente recens?o, analisa?se o conjunto dos 14 capítulos que comp?em o livro a partir de dois temas essenciais que emergem da sua leitura: (i) as dificuldades e limita??es experienciadas no campo fértil da Governan?a Turística; (ii) as tendências prometedoras do momento que (nos) desafiam (a todos) para práticas de futuro. “O futuro do turismo é uma responsabilidade partilhada” (Mangorrinha, p. 184, capítulo 7), trazendo?nos este livro uma série de saberes empíricos e de “recados” inestimáveis para que nos apropriemos da parte que nos toca no exercício dessa (nossa) responsabilidade.
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