Mudan?as em dez anos das desigualdades sociais em saúde dos idosos brasileiros (1998-2008)

摘要

Analisar mudan?as nos diferenciais por renda nas condi??es de saúde e no uso de servi?os de saúde por idosos brasileiros. MéTODOS: Foram analisadas amostras representativas da popula??o brasileira com 60 anos ou mais em 1998 e 2008 (n = 27.872 e 41.198, respectivamente), oriundas da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios. As variáveis consideradas foram renda mensal domiciliar per capita, autoavalia??o da saúde, capacidade funcional, consultas médicas e hospitaliza??es nos 12 meses precedentes e uso exclusivo do Sistema único de Saúde. A análise dos dados foi baseada em estimativas de prevalência e em raz?es de prevalência obtidas por meio da regress?o de Poisson. RESULTADOS: Em 1998 e 2008, as prevalências ajustadas por idade e sexo da autoavalia??o da saúde como ruim, do comprometimento da mobilidade e da incapacidade para realizar atividades da vida diária apresentaram fortes gradientes com o quintil da renda domiciliar per capita, com pior performance entre aqueles com renda mais baixa. As raz?es de prevalência ajustadas por idade e sexo entre o quintil inferior (mais pobres) e o superior (mais ricos) de renda permaneceram estáveis para pior autoavalia??o da saúde (RP = 3,12 [IC95% 2,79;3,51] em 1998 e 2,98 [IC95% 2,69;3,29] em 2008), comprometimento da mobilidade (RP = 1,54 [IC95% 1,44;1,65 e 1,69[IC95% 1,60;1,78], respectivamente) e incapacidade para realizar atividades da vida diária (RP = 1,79 [IC95% 1,52;2,11] e 2,02 [IC95% 1,78;2,29], respectivamente). Observou-se redu??o das disparidades por renda na realiza??o de três ou mais consultas médicas e no uso exclusivo do Sistema único de Saúde. N?o foram observadas desigualdades entre os extremos de renda na ocorrência de hospitaliza??es no mesmo período. CONCLUS?ES: Apesar da redu??o das desigualdades por renda de indicadores do uso de servi?os de saúde, a magnitude das disparidades nas condi??es de saúde n?o diminuiu. S?o necessários estudos longitudinais para um melhor entendimento da persistência dessas desigualdades entre idosos brasileiros.