Capacidade de enraizamento de estacas de Maytenus muelleri Schwacke com a aplica??o de ácido indol butírico relacionada aos aspectos anat?micos

摘要

A espinheira-santa (Maytenus muelleri - Celastraceae) é a planta medicinal nativa do Sul do Brasil, cujas folhas s?o tradicionalmente utilizadas pela medicina popular para o tratamento de úlceras e outros problemas gástricos. Existem poucos trabalhos publicados sobre a produ??o de mudas e técnicas de propaga??o vegetativa da espécie. A propaga??o de espinheira-santa por estaquia poderia ser um método eficiente para obten??o de material homogêneo, com características genéticas desejáveis, produzido a partir de plantas matrizes selecionadas. O presente trabalho teve por objetivo estudar os efeitos da aplica??o de ácido indol butírico (AIB), em solu??o e em pó, no enraizamento de estacas de espinheira-santa coletadas nas quatro esta??es do ano (abril/2005 a janeiro/2006), bem como averiguar, por meio de análises anat?micas e histoquímicas das estacas, a presen?a de possíveis impedimentos à inicia??o do enraizamento adventício. Estacas provenientes de ramos de plantas matrizes de seis anos cultivadas da Esta??o Experimental do Canguiri, Pinhais, PR, foram coletadas e tratadas com AIB (0, 1500, 3000 mg L-1 ou mg kg-1), em solu??o alcoólica (50% v/v) e em talco. Aos 365 dias foram avaliadas as porcentagens de estacas enraizadas e mortas, número e comprimento médio de raízes formadas por estaca. Análises anat?micas e histoquímicas com lugol e cloreto férrico foram realizadas. A esta??o mais promissora para o enraizamento foi o ver?o/2006 com 62,50% para o tratamento controle, devido à menor lignfica??o dos ramos no período de intenso crescimento vegetativo. O número médio de raízes formadas por estaca foi de 6,94 (solu??o) e o comprimento médio de raízes formadas/estaca chegou a 4,82 cm nesta mesma esta??o. As concentra??es de AIB aplicadas n?o foram eficientes na indu??o radicial, independentemente do modo de aplica??o. Foi detectada a presen?a de uma camada quase contínua de fibras e braquiesclereídes, a qual constitui barreira anat?mica à indu??o radicial. Os testes histoquímicos revelaram a presen?a de amido e de compostos fenólicos nas estacas, em todas as esta??es do ano. A dificuldade ou demora no enraizamento n?o pode ser justificada pela falta de reservas de amido nos tecidos das estacas, mas pode ser justificada pela presen?a de compostos fenólicos, possivelmente do grupo dos monofenóis, que causam a degrada??o do AIA, interferindo negativamente na indu??o do enraizamento.