O artigo objetiva descrever a dor musculoesquelética como express?o do desequilíbrio entre capacidades humanas e modalidades de organiza??o do trabalho. Através da articula??o dos resultados epidemiológicos e da Análise Ergon?mica do Trabalho (AET), discute os efeitos da precariza??o do trabalho, sendo a estratégia de aliar essas duas abordagens metodológicas promissora para o diálogo interdisciplinar. Caracterizaram-se 14 fábricas do ramo plástico da Regi?o Metropolitana de Salvador, através do estudo do funcionamento e da organiza??o da produ??o e do componente epidemiológico com desenho de corte transversal e uma amostra aleatória de 557 trabalhadores. A AET ocorreu no setor de acabamento de uma das fábricas. Constataram-se altera??es na organiza??o da produ??o que ocorreram à custa da intensifica??o do trabalho, com acelera??o do ritmo dos trabalhadores, ao mesmo tempo em que realizavam tarefas com for?a, repetitividade e posturas an?malas. O uso excessivo do corpo permitiu entender o surgimento e a manuten??o da dor, cujas prevalências revelaram um enorme contingente de trabalhadores obrigado a continuar trabalhando sob as mesmas condi??es geradoras do seu sofrimento.
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