os casos de reabilitação urbana dos centros históricos de Bolonha, na itália, e do Porto, em Portugal, são objeto de reflexão deste artigo, com intuito de revisitar seus pressupostos teóricos e atualizar o conhecimento sobre esses casos, notabilizados como referenciais em termos de salvaguarda e reabilitação urbana. Promove-se uma discussão sobre as experiências paradigmáticas de recuperação dos conjuntos urbanos antigos e precarizados de Bolonha e do Porto, ao final da década de 1960 até a década de 1980, considerando suas atuais ressonâncias como um legado que oferece lições para o debate contemporâneo sobre a reabilitação urbana de sítios urbanos históricos. adota-se um enfoque urbanístico para a problematização de tais experiências, que se destacam por terem conjugado aspectos sociais e urbanísticos em seus processos de reabilitação urbana, conservando o patrimônio habitado por moradores locais. no entanto, os centros históricos em questão não ficaram imunes aos processos urbanos e políticos, nem às intervenções cenográficas e especulativas, particularmente no Porto. oferecem, portanto, novas perspectivas para releitura diante dos atuais processos de financeirização da reabilitação urbana e de gentrificação dos centros históricos, não obstante as diretrizes vigentes de proteção ao patrimônio. essa problematização ganha relevo diante dos desafios em conciliar as atuais políticas de revitalização e turistificação dos sítios históricos com a conservação de seu patrimônio e de sua identidade — sua paisagem e seus habitantes.
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