É importante reconhecer a necessidade de escutar as narrativas da população com idade avançada por dois motivos principais: primeiro, porque a população idosa está a aumentar consideravelmente em Portugal; em 2011 cerca de 19% da população tinha 65 anos ou mais (INE, 2011), e segundo, porque o aconselhamento actualmente se centra maioritariamente na população em idade activa (Lima, 2012).O objectivo deste trabalho foi abordar e abranger a área do aconselhamento junto da população idosa, atendendo a diferentes contextos habitacionais. A amostra foi constituída por 11 pessoas que habitam: na sua própria casa, em casa de familiares ou em internamento num lar.As histórias de vida, recolhidas a partir de entrevistas, foram o instrumento utilizado para obtenção dos dados. Assim, através da entrevista semiestruturada, os sujeitos contaram a sua história de vida o mais exaustivamente possível. Deste modo, obteve-se uma visão abrangente e aprofundada sobre cada indivíduo.Os resultados sugerem que as pessoas que estão a passar por um processo de luto, as que vivem sozinhas, ou que vivem ou frequentam um lar, por imposição de familiares ou por não terem ninguém próximo, têm maiores necessidades de aconselhamento. As pessoas com situações mal resolvidas no passado, nas quais se incluem os atritos familiares, e as pessoas que entraram há relativamente pouco tempo na reforma, mostraram ter também maiores necessidades de aconselhamento.
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