O artigo examina certas tens?es geradas entre causalidade e (des)semelhan?a no ambito da rela??o entre ideia e coisa. O ponto de partida de Descartes é que causalidade n?o implica semelhan?a. Ele precisa, contudo, recuperar esta última no??o; caso contrário, a própria no??o de causalidade n?o sobrevive (e, mesmo, a de verdade). Nesse sentido, Descartes necessita negociar com o fato de que, em geral, uma causa é eminente (e, portanto, dessemelhante ao efeito), ao passo que a doutrina da causalidade exige que ela seja, no mínimo, formal (semelhante a ele). Essa última exigência permite reintroduzir, de algum modo, a no??o de semelhan?a, mas dificulta a apreens?o de determina??es cognitivas na dire??o em que se produz a causalidade (da causa para o efeito), o que conduz Descartes a dar primazia axiomática e metodológica ao efeito.
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