Clonidina associada à morfina e midazolam em crian?as submetidas à ventila??o mecanica: estudo aleatório, duplamente encoberto e placebo controlado

摘要

JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A síndrome de abstinência tem alta prevalência em nosso meio e, além do desconforto, prolonga o tempo de interna??o. O objetivo deste estudo foi avaliar a influência da adi??o de clonidina por via oral, à infus?o contínua de morfina e midazolam na seda??o de crian?as submetidas à ventila??o mecanica. MéTODO: Foi realizado um estudo aleatório, duplamente encoberto e placebo controlado na UTI Pediátrica do Hospital Geral de Caxias do Sul, no período de maio de 2005 a agosto de 2006. Foram Incluídas crian?as com idade entre 1 e 36 meses, submetidas à ventila??o mecanica por mais de 12 horas, que utilizaram morfina e midazolam em infus?o contínua. Foram divididas em dois grupos: clonidina (5 μg/kg) e placebo, associados à infus?o de morfina e midazolam. As doses dos sedativos em infus?o contínua foram definidas pelos médicos assistentes. Diariamente foram registradas as doses de sedativos administradas nas 24 horas, assim como as doses intermitentes e aplicado o escore de Finnegan para definir e quantificar abstinência. Os grupos foram comparados quanto às doses de sedativos administradas, tempo de uso de infus?o contínua, presen?a e dura??o da abstinência. RESULTADOS: Foram incluídas 69 crian?as (31 no grupo clonidina e 38 no placebo). Os grupos foram semelhantes nas características gerais (peso, idade, sexo, indica??o de ventila??o mecanica). Ambos os grupos utilizaram altas doses cumulativas de sedativos, tanto em infus?o contínua quanto intermitente. Completaram o estudo 59 pacientes, 25 no grupo clonidina e 34 no placebo. Em ambos os grupos a prevalência da abstinência foi semelhante (72% e 75%, respectivamente), sem diferen?a na sua dura??o e no tempo de ventila??o mecanica. CONCLUS?ES: Em crian?as submetidas à ventila??o mecanica que utilizaram altas doses de opióides e diazepínicos, a adi??o de clonidina n?o promoveu redu??o nas doses diárias ou cumulativas de sedativos, n?o influiu na prevalência ou na evolu??o da abstinência.