Das 11 ilhas ao centro do arquipélago: os superpoderes do Presidente do STF durante o recesso judicial e férias

摘要

Compete ao Ministro Presidente do Supremo Tribunal Federal a aprecia??o de “quest?es urgentes” (art. 13, VIII, RISTF), nos períodos de recesso e nas férias coletivas dos ministros (janeiro e julho). Durante este breve momento, as normas acima referidas ampliam a competência decisória da Presidência do Tribunal, permitindo-lhe conhecer e decidir as mais diversas quest?es, bem como concentram todas as resolu??es na pessoa de quem esteja no exercício da fun??o neste período excepcional (Presidente ou Vice-Presidente). Mas como descrever o comportamento deste relevante ator jurídico-político durante este período, diante dos diversos modelos explicativos da denominada Política Judicial (Judicial Politics)? Para responder a esta pergunta, emprega-se uma metodologia exploratória e descritiva, com exposi??o das normas que regulam o papel do Presidente do Tribunal e suas atividades durante o recesso (modelo legal-institucional), com discuss?o – a partir de decis?es tomadas (casos) – das suas possibilidades de intera??o com os demais atores políticos (modelo estratégico). Trata-se de análise de caso qualitativa, que aborda decis?es tomadas durante os recessos de 2011, 2013, 2015, 2017 e 2018, abrangendo a Presidência de quatro Ministros do STF. Referida análise justifica-se pelo objetivo de compreender como é construída a concep??o de urgência, para efeitos de atua??o do Ministro Presidente durante o período excepcional. Conclui-se que, no puzzle da forma??o da agenda decisória judicial, o desenho normativo do Tribunal assegura ao Presidente instrumentos processuais que viabilizam uma ampla gama de possibilidades decisórias, explicativas da inser??o deste ator específico no concerto entre os poderes da República e suas rela??es com a sociedade.