A reflex?o incluída neste número da Gazeta Médica, sobre as “Perspetivas da Pneumologia”, carece de duas breves considera??es que possibilitem a sua contextualiza??o. Em primeiro lugar a escolha do tema. Compreende-se e justifica-se que incida na Pneumologia. N?o sendo uma especialidade recente, pois tem as suas raízes na Tisiologia – com uma “passagem” de três a quatro décadas pela Pneumotisologia, mas tendo desde sempre despertado enorme interesse a clínicos e investigadores, e beneficiando do inegável progresso científico e tecnológico a que temos vindo a assistir, particularmente, na segunda metade do séc XX e no atual, esperar-se-ia que, como noutras, a morbilidade e mortalidade por doen?as respiratórias mostrasse, pelo menos, o início do seu declínio. Mas os dados epidemiológicos contrariam este raciocínio e chamam-nos a aten??o para o aumento da incidência e prevalência das doen?as crónicas obstrutivas das vias aéreas (doen?a pulmonar obstrutiva crónica, asma, bronquiectasias, entre outras), das doen?as neoplásicas (que poder?o vir a integrar o grupo das doen?as crónicas) ou no campo da infeciologia das pneumonias (que continuam a ter elevada mortalidade, particularmente nas popula??es de idade mais avan?ada). Para mencionarmos, apenas, algumas das mais frequentes. Por outro lado, n?o podemos deixar de recordar que uma das características do Ser Humano é a da reflex?o sobre o seu passado, sobre o caminho que percorreu, os problemas com que se deparou, os obstáculos que enfrentou e como os superou, quer no seu percurso sejam contemplados aspetos pontuais ou restritos, ou a multiplicidade dos que influenciaram a sua evolu??o natural.Dela procura tirar ila??es e tenta perspetivar o futuro. O tema que nos foi atribuído situa-se nesta linha de pensamento e de conduta.
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